sábado, 27 de dezembro de 2014

Jornada épica pela liberdade

Vira e mexe a indústria do cinema resolve recontar as mesmas histórias. Me lembro de ter assistido, no já longínquo ano de 1998, "O Príncipe do Egito", primeira animação da Dreamworks Animation. O filme é ótimo e a canção tema, interpretada por Whitney Houston e Mariah Carey, venceu o Oscar da categoria. Foi realmente marcante.



E ontem, dezesseis anos depois, assisti "Êxodo - Deuses e Reis", superprodução gravada em apenas 74 dias e dirigida por Ridley Scott. O filme narra a vida do profeta Moisés (Christian Bale), nascido escravo na época em que o faraó ordenava que todos os homens hebreus fossem afogados.

Moisés é resgatado pela irmã do faraó e criado na família real. Quando se torna adulto, recebe ordens de Deus para ir ao Egito, na intenção de libertar os hebreus da opressão. Claro que não será tarefa fácil. Contando com uma "ajudinha" do Todo-Poderoso, que lança sobre o Egito dez pragas, ele acaba conduzindo milhares de ex-escravos para a terra prometida, tendo que inclusive, enfrentar a travessia do deserto e passar pelo Mar Vermelho.

Christian Bale, que havia sido convidado para ser Noé no recente filme de Darren Aronofsky - papel que ficou com Russel Crowe - está muito bem como protagonista. Ele interpreta um Moisés crítico e cético, criado com todo o luxo e preferido pelo faraó, e que após ser banido pelo irmão que assumiu o trono, Ramsés (Joel Edgerton), encontra refúgio numa vila de pastores, e lá irá constituir família. Mas ao ser chamado por Deus - que no filme tem a curiosa forma de uma criança, abandona tudo para libertar o povo hebreu, tendo que confrontar o irmão a quem um dia lutou lado a lado.

Sigourney Weaver (que tinha filmado "Alien" com Ridley Scott), Aaron Paul (do seriado Breaking Bad), John Turturro e Ben Kingsley completam o elenco em papéis coadjuvantes.


Os efeitos visuais de "Êxodo - Deuses e Reis" são bem legais, com destaque para a reconstituição do Egito antigo, com todas as pirâmides e monumentos gigantescos, e também o figurino, fiel à cultura egípcia, uma das mais fascinantes, na minha opinião. A hora das pragas é um show à parte: ataque de crocodilos, rãs, gafanhotos, moscas, água que vira sangue e provoca a mortandade dos peixes, chuva torrencial de granizo, a peste e a morte dos primogênitos deixa todo mundo aflito no cinema.

Outro ponto crucial do longa e muito aguardado é a abertura do Mar Vermelho, que foi feito de forma interessante. Nada de Moisés bater com o seu cajado na água e elas se abrirem. Tudo é mais "verossímel", se é que a gente pode usar essa palavra quando se trata de fé/religião. As águas simplesmente recuam devido à forte correnteza da maré e os hebreus aproveitam para passar. Aí depois sim temos as ondas gigantescas que fazem tudo voltar ao normal.

Dedicado ao irmão de Ridley Scott, Tony SCott, morto em 2012, "Exôdo - Deuses e Reis" é um belo exemplar de um filme épico. Mesmo quem nunca leu a Bíblia já ouviu falar de Moisés e o longa ainda traz nos minutos finais um pouco da origem dos 10 Mandamentos. Quem sabe não vem mais um filme por aí?

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Cuidado com o que deseja

Chega aos cinemas no dia 29 de janeiro o novo filme de Rob Marshall, Caminhos da Floresta. Trata-se de uma visão moderna dos adorados contos dos irmãos Grimm, cruzando as tramas de algumas histórias e explorando as consequências dos desejos e das buscas dos personagens. 

O longa segue os contos clássicos de Cinderela (Anna Kendrick), Chapeuzinho Vermelho (Lilla Crawford), João e o Pé de Feijão (Daniel Hittlestone) e Rapunzel (Mackenzie Mauzy) – todos reunidos em uma história original envolvendo um padeiro e sua esposa (James Corden e Emily Blunt), seu desejo de formar uma família e a interação com a bruxa (Meryl Streep) que os amaldiçoou. E ainda tem o Johnny Depp como o Lobo e Chris Pine como o Príncipe Encantado!

O filme já está concorrendo a 3 Globos de Ouro (Melhor filme - comédia ou musical, Melhor atriz para Emily Blunt e Melhor atriz coadjuvante para Meryl Streep) e é forte candidato ao Oscar 2015.

Caminhos da Floresta estreou na Broadway em 5 de novembro de 1987 e ganhou o prêmio Tony de melhor trilha sonora, melhor livro e melhor atriz em musical. Entre outros prêmios, o musical ganhou cinco prêmios Drama Desk, incluindo o de melhor musical.

Caminhos da Floresta foi produzido pelo mundo todo, incluindo uma turnê nos EUA em 1988, uma produção do West End de 1990, remontagens na Broadway e em Londres, além de uma produção de TV, uma gravação em DVD e um concerto no 10º aniversário. E agora chega aos cinemas!

sábado, 13 de dezembro de 2014

O espectador como parte do filme

A Rede Cinemark inaugurou a primeira sala com poltronas D-BOX, no complexo BH Shopping. Equipados com sensores eletrônicos extremamente precisos, os assentos se movimentam para simular vibrações, quedas e trepidações, oferecendo ao público a sensação de participar do filme.

As D-BOX são equipadas com controles individuais, que permitem que cada espectador regule a intensidade dos movimentos e até mesmo desligue o equipamento. A tecnologia busca capturar todos os movimentos e sensações dos filmes e baseia-se em agitações e vibrações repentinas dos assentos, por meio de mecanismos extremamente silenciosos e imperceptíveis para os outros espectadores, que são transmitidas diretamente do projetor. Para que os filmes sejam ajustados à tecnologia D-BOX, são necessárias entre 300 e 400 horas em estúdio para concluir a codificação de cada conteúdo.

Fabricadas no Canadá, as poltronas são vermelhas e estão instaladas em uma área central e privilegiada da sala de exibição, que conta com uma iluminação especial. Por questões de segurança, as cadeiras possuem um detector de peso, que determina o momento de ativação e desativação do assento.

O formato chega a Cinemark Brasil depois de uma bem-sucedida experiência em países como Estados Unidos, Peru, Chile e Colômbia. Na sala 3 do BH Shopping, 22 poltronas passam a contar com a novidade. A expectativa é que a novidade chegue a outros complexos da Rede em 2015.

Os ingressos para as poltronas que possuem a tecnologia D-BOX têm valores diferenciados e podem ser adquiridos no site da Rede (www.cinemark.com.br) ou na bilheteria do cinema. O preço é bem salgado, dá só uma olhada:

D-BOX 2D:
2ª e 3ª feira: R$ 32,00 (matinê) / R$ 34,00 (noite)
4ª feira: R$34 ,00 (o dia todo)
5ª, 6ª, sábado, domingo e feriado: R$ 38,00 (matinê) / R$ 41,00 (noite)

D-BOX 3D:
2ª e 3ª feira: R$ 41,00 (o dia todo)
4ª feira: R$ 41,00 (o dia todo)
5ª, 6ª, sábado, domingo e feriado: R$ 45,00 (o dia todo)

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Grupo Galpão inova com sarau poético

Uma cantoria de atores à beira do rio, em noite de lua cheia, durante uma das inúmeras turnês da companhia pelo Vale do Jequitinhonha, foi inspiração para a criação do novo trabalho do Grupo Galpão, "De Tempo Somos".

Com direção de Lydia Del Picchia e Simone Ordones, o experimento foge ao rótulo de um espetáculo, lançando aos atores do grupo o desafio de se reinventar, em cena e na relação com o público. Mais próximo de um sarau literário musical, “De Tempo Somos” traduz um antigo projeto do Galpão de celebrar, em formato prático e reduzido, o encontro da música com o teatro, que se tornou uma marca do grupo, em mais de 30 anos de história.

Com direção musical e arranjos de Luiz Rocha, os atores cantam e executam, ao vivo, 25 canções de trabalhos mais antigos como “Corra enquanto é tempo” (1988) e “Álbum de Família” (1990), passando por “Romeu e Julieta” (1992), “Um Moliére Imaginário” (1997), “Partido” (1999), até espetáculos mais recentes como “Tio Vânia” e “Eclipse” (ambos de 2011), além de músicas que surgiram em workshops internos e que chegam a público pela primeira vez.

A cantoria vem acompanhada de textos escolhidos por Eduardo Moreira e Lydia Del Picchia que falam da passagem do tempo e do estado embriagado e libertador que é inerente à criação artística. Reflexões e poemas de Eduardo Galeano, Anton Tchékhov, Olga Knipper, Calderón de la Barca, Charles Baudelaire, Manuel Bandeira, Nelson Rodrigues, Jack Kerouac, Paulo Leminski e José Saramago compõem esse caleidoscópio em que os atores do Galpão compartilham, com o público, suas indagações e vivências artísticas.

SERVIÇO

"De Tempo Somos" - Um sarau do Grupo Galpão
Direção: Lydia Del Picchia e Simone Ordones
TEMPORADA DE ESTREIA
12 a 21 de dezembro
Sexta – 21h
Sábado (duas sessões) – 19h e 21h
Domingo – 20h
Teatro Wanda Fernandes (Galpão Cine Horto)
Rua Pitangui, 3.613, Horto - Belo Horizonte (MG)
R$40 (inteira) e R$20 (meia-entrada)
Informações: 31 3481 5580
Classificação Livre – Gênero: Sarau Literário Musical – Duração: 70 minutos
www.grupogalpao.com.br