Ontem fui assistir ao filme Nosso Lar. Esperei passar um pouco essa “febre”, até mesmo pra não pegar as salas de cinema tão lotadas. E mesmo após quase 1 mês após seu lançamento, numa quinta-feira à tarde, a sala estava bem cheia.
Sou católico (não-praticante, ultimamente...) mas tenho simpatia pelo espiritismo. Mas o que vou escrever a seguir nada tem a ver com a doutrina, e sim com a produção cinematográfica em si, ok? Nosso Lar é o 2º filme de Wagner de Assis (antes ele dirigiu A Cartomante, de 2004) e é baseado no livro de mesmo nome psicografado por Chico Xavier.
Renato Prieto interpreta o médico André Luiz que, ao morrer, vai parar numa espécie de purgatório, o Umbral, um lugar horrível onde os espíritos ficam vagando. Após passar por este sofrimento, ele é levado para a cidade de Nosso Lar, onde tem acesso a novas lições e conhecimentos, enquanto aprende como é a vida em outra dimensão. Achei as interpretações fracas, com algumas poucas exceções.
Cerca de 90% das cenas de Nosso Lar requisitaram algum tipo de efeito especial. Mesmo tendo custado tão caro, não achei o resultado tão impressionante assim. É bonito ver a cidade com seus ônibus voadores, prédios futuristas, áreas verdes, etc., mas eu achei as imagens meio “chapadas”. Fica muito perceptível que se trata de um chroma-key (fundo verde ou azul em que são inseridas imagens digitais posteriormente), e algumas vezes senti falta de uma profundidade maior. Era como se os atores interpretassem com um quadro estático ao fundo.
O ar didático que o diretor quis dar ao filme ficou um pouco cansativo, na minha opinião (confesso que cheguei a bocejar algumas vezes). Mas é um mal necessário, já que nem todos que assistem ao filme são espíritas e precisam ser inteirados do assunto.
Como leigo, achei a proximidade do Nosso Lar com o nosso mundo interessante e cheguei a me surpreender ao peceber que alguns moradores da colônia ainda mantinham sentimentos terrenos, tais como raiva e rancor (Ex: a moça que insiste em voltar para a Terra para reencontrar o noivo e que acha essa nova vida bastante chata e entediante). Pra mim, uma vez lá "em cima", todos ficassem com uma compreensão maior da vida que levava anteriormente. O que só prova que o processo de “evolução” é mais demorado do que a gente imagina.
No final das contas, Nosso Lar cumpre a que veio. Se você não acredita em nada daquilo, encare-o como uma obra de ficção. Ao menos é reconfortante saber que a vida não termina após a morte (e desde que a gente não caia no Umbral, não é mesmo?).
Brincadeiras à parte, já fez sua boa ação hoje? Aliás, essa é uma das coisas que eu mais admiro nos espíritas: o assistencialismo, a vontade de ajudar ao próximo. Sabe aquela história de "fazer o bem sem olhar a quem"? Então...
Abaixo, o trailer do filme:
Nosso Lar está em cartaz nas seguintes salas da cidade:
Shopping Betim - Cineart 1
14h,16h15,18h30
Shopping Cidade - Cineart 6
14h,16h20,18h40,21h
Shopping Del Rey - Cineart 6
14h25,16h35,18h55,21h15
Itaú Power Shopping - Cineart 6
14h10,16h30,18h40,20h50
Via Shopping - Cineart 3
14h15,16h30,18h40,21h
Pátio Savassi - Cinemark 7
13h20,15h50,18h30,21h
Diamond Mall - Cineplex 3
14h10,16h50
Diamond Mall - Cineplex 4
15h,17h40,20h20
BH Shopping - Cineplex 5
13h,15h50,18h20,20h50
BH Shopping - Cineplex 9
14h30,17h10,19h40,22h10
Big Shopping - Big 4
14h20,18h30
Shopping Norte - Cine Norte 4
14h20,16h30,18h40,20h50
Pampulha Mall - Cine Pampulha 2
14h10,16h20,18h30,20h40
Shopping Paragem - Usiminas Paragem 2
14h,16h30,19h,21h20
Pedro,
ResponderExcluirAchei o filme muito fraco, você sabe que não me agradam essas coisas meio didáticas e com um propósito claro de "converter" as pessoas para o ponto de vista filosófico do filme. Muito diferente do livro, que apenas relata o que Andre Luiz encontrou no plano espiritual.
O livro não é recheado daqueles discursos piegas e de frases prontas que os "ministros" ficam fazendo no filme, e isso para mim acabou soando meio ridículo. Além do fato de que Emmanuel [figura conhecida por ser o "mentor" do Chico Xavier], morar em Nosso Lar, e ficar fazendo palestras para aquelas pessoas de tunica branca [aff, será que no mundo espiritual tem se que vestir só de branco e tons pastéis?].
No livro, Emmanuel sequer é citado [ele apenas aprensenta quem é Andre Luiz no prefácio do livro], quem dirá ministro em nosso lar... que loucura! Isso pra mim é que deixou mais claro o posicionamento de "catequização" do filme, e a influência da FEB na produção...
Achei também a cidade estranha, os discursos moralistas, o Lísias, é super bacana no livro, no filme ele é totalmente "bobinho", e não tem nada disso dele ficar chorando vendo a mãe dele ir encarnar... eu hein?!E aquela sobrinha do Lísias, é apenas citada na história, não acontece nada daquilo... eu li o livro já faz mais de 10 anos, e fiquei impressionada com a distorção que foi feita... eu fico pensando, que para fazer isso com a obra, era melhor não fazer nada...
Bem, eu não li o livro, mas ao ler seu comentário, tenho que concordar com você, Cleide.
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