sexta-feira, 14 de julho de 2017

O bom filho a casa torna

Na história recente do Homem-Aranha nos cinemas, já foram tantos atores a interpretar o herói que a gente até se confunde. Começou com Tobey Maguire, o primeiro a inaugurar a franquia, ainda está na memória afetiva de muita gente. Ele fez 3 longas, em 2002, 2004 e 2007. Em seguida tivemos Andrew Garfield, no filme “O Espetacular Homem-Aranha”, de 2012, e na sequencia “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro”, de 2014. Já conhecíamos a origem do herói, como ele ganhou os poderes, a morte do tio, mas... tivemos que engolir tudo de novo. E agora, em 2017, somos presenteados com um novo cabeça de teia: Tom Holland. O ator até então tinha pouca expressividade em Hollywood, atuando em "O Impossível" e "No Coração do Mar". Mas a escolha não poderia ser mais acertada: ele tem carisma de sobra e cara de adolescente, como requer o herói.

Em “Homem-Aranha: De Volta ao lar”, nada de voltar ao passado. A história começa logo depois da participação do Aranha no filme “Capitão América: Guerra Civil”, quando ele foi recrutado pelo Homem de Ferro. Imagine para um jovem de 15 anos lutar ao lado dos Vingadores? Claro que ele praticamente surta e faz questão de registrar tudo pelo celular, algo bem típico da galerinha mais nova. “De Volta ao Lar” começa justamente assim, com os vídeos feitos pelo próprio Peter Parker, numa visão muito particular da batalha.

Ansioso por voltar ao combate, ele vai ter que praticar o exercício da paciência. Algo difícil, ainda mais depois que o Homem de Ferro o presenteia com um traje 2.0, um uniforme super tecnológico, com direito até a uma assistente pessoal. Ok, a roupa é legal, mas foge muito da tradição do Aranha, que sequer chega a usar o seu fator aranha, capaz de detectar o perigo.

Extremamente inteligente, Peter acaba tendo que compartilhar seu segredo com o amigo Ned, tão vítima de bullying quanto ele na escola. O crush da vez não é Gwen Stacey, muito menos Mary Jane, e sim Liz, papel de Laura Harrier. Cá entre nós, o casal não teve química nenhuma.

O vilão é o Abutre, papel de Michael Keaton, dono de uma empresa de salvamento contratada para limpar a cidade logo após a catástrofe ocorrida em Nova York com a invasão dos aliens no primeiro filme dos Vingadores. Demitido, ele usa a tecnologia das naves para criar armas e vender no mercado negro. A armadura alada que ele usa é fruto dessas pesquisas. Seu objetivo maior é sequestrar o avião do Departamento de Controle de Danos, que irá transportar as armas da Torre dos Vingadores para a nova base. Cabe ao aranha, sozinho e sem uniforme – já que andou fazendo umas trapalhadas - combater o bandido, que vai se mostrar mais próximo do que ele imagina.

“Homem-Aranha: De Volta ao Lar” é pura diversão, somado a incríveis efeitos digitais. Mas o mais bacana de tudo é que ele continua sendo o amigo da vizinhança, alguém muito próximo a nós, reles mortais, apesar dos superpoderes. Ele é gente como a gente, e o frescor adolescente, a empolgação com tudo o que acontece, os erros e acertos, os tropeços, os dilemas, medos e anseios, só fazem renascer o adolescente dentro de cada um de nós. Não é à toa que ele continua sendo um dos heróis mais amados de todos os tempos.

Sorte que ele vai voltar em "Vingadores: Guerra Infinita" e também no seu próximo filme solo. Ah, e não saiam do cinema assim que o filme acabar. “Homem-Aranha: De Volta ao Lar” tem duas cenas pós-créditos. Uma delas que até zoa com a cara da gente. Mas, fazer o quê, né? Afinal, somos aficionados por cinema!