terça-feira, 29 de setembro de 2015

Um filme para várias gerações

Em tempos de crise, os índices de desemprego costumam ficar lá em cima. Se pra quem é jovem não está fácil arrumar trabalho, imagine para os mais velhos? E olha que isso não é exclusividade do Brasil não, viu? Em muitos países, cidadãos com mais de 70 anos não são bem vistos pelo mercado de trabalho.

Como a arte imida a vida, esse tema foi abordado em mais um filme da diretora e roteirista Nancy Meyers. São dela comédias românticas como "Do Que as Mulheres Gostam", "Alguém Tem Que Ceder", "O Amor Não Tira Férias" e "Simplesmente Complicado". Em "Um Senhor Estagiário", atualmente em cartaz nos cinemas, ela repete a fórmula de sucesso e faz mais um filme adorável, daqueles típicos da sessão da tarde.

Anne Hathaway, que sofreu nas mãos de Miranda Priestly (Meryl Streep) em "O Diabo Veste Prada", de 2006, dá a volta por cima e interpreta agora Jules Ostin, dona de uma empresa de moda que vende roupas pela internet. Se lá ela sofria horrores, agora ela é a chefe workaholic, alguém que só pensa no trabalho. Apesar de bem intencionada, ela está sempre num ritmo frenético, atarefada demais ou atrasada demais para os seus compromissos. E isso acaba prejudicando seu negócio.

Quando a empresa inicia um projeto de contratar idosos como estagiários, em uma tentativa de colocá-los de volta à ativa, ela começa a trabalhar com Ben Whittaker, papel de Robert De Niro. Ele é um senhor viúvo de 70 anos, aposentado, que leva uma vida sem grandes emoções. Ao ver o anúncio da vaga, ele pensa no estágio como uma oportunidade de se reinventar. Claro que o conflito de gerações é inevitável. E é justamente aí que está o charme do filme.

Ben é um senhor tão legal que dá vontade de colocar num pacotinho e levar pra casa. Sério! É o vovô que todo mundo queria ter. Elegante, bem conservado, sensível, responsável e romântico à moda antiga, ele acaba conquistando a todos na empresa com seus conselhos e comportamento, mesmo que Jules o veja com desconfiança e passe pouco serviço pra ele no início.

Nem é preciso ter bola de cristal pra saber que essa relação aos poucos irá mudar e que eles se tornarão grandes aliados. E amigos, acima de tudo. Ben vai descobrir que é útil e "está vivo", inclusive para um novo amor. Com sua vasta experiência de vida, irá ajudar Jules na difícil tarefa de decidir se contrata ou não um CEO para a empresa, mesmo que isso signifique a perda de poder dela em gerir o próprio negócio.

Em determinado momento do filme somos apresentados à família de Jules - sim, ela tem marido e uma filha linda! - o que torna a personagem mais humana. Duvido que qualquer mulher que trabalha e tem que cuidar dos filhos e da casa não se identifique com ela nesse momento.

São dramas reais, escolhas que podem ter sérias consequências. Afinal, o homem moderno aceita ficar em casa e cuidar dos filhos enquanto a mulher trabalha e sustenta o lar? Uma esposa ausente é desculpa para se ter uma relação extraconjugal? Tudo isso é abordado no filme de maneira leve e divertida.

O elenco traz ainda Rene Russo, Adam DeVine, Anders Holm, Linda Lavin, Zack Pearlman, Nat Wolf e Andrew Rannells.

"Um Senhor Estagiário" é assim, um filme despretensioso, mas ao mesmo tempo capaz de nos fazer pensar. Ah, se todos fôssemos valorizados aos 70, 80, 90...

Abaixo, o trailer do filme:

sábado, 12 de setembro de 2015

Investigação à moda antiga

Estamos tão acostumados a assistir filmes de espionagens como Missão Impossível e 007, onde os agentes usam da mais sofisticada tecnologia para atingir seus objetivos, que histórias como "O Agente da U.N.C.L.E.", em cartaz nos cinemas, acaba se transformando numa espécie de "respiro" dentro do gênero. Justamente por se tratar de um filme de época.

O longa é baseado na série de TV "The Man from U.N.C.L.E"., exibida nos Estados Unidos entre 1964 e 1968. Eu não vi a original, mas gostei muito dessa adaptação cinematográfica.

Tendo como cenário a década de 1960, no período inicial da Guerra Fria, o filme é focado no agente da CIA Napoleon Solo (Henry Cavill - o novo Superman) e o espião da KGB Illya Kuryakin (Armie Hammer). A dupla, até então inimiga, se une em uma missão conjunta para parar uma organização criminosa internacional que decide desestabilizar o frágil equilíbrio de poder através da proliferação de armas nucleares e da tecnologia. A única pista da dupla é a filha de um cientista alemão desaparecido, Gaby Telller (Alicia Vikander), que é a chave para infiltrar-se na organização criminosa.

O diretor Guy Ritchie imprime a sua marca em mais esta aventura. É comum cenas de ação serem apresentadas sob um outro ponto de vista, com as lutas e explosões acontecendo "ao fundo", enquanto se destaca um outro foco, ao som de uma expressiva trilha sonora - esta, no caso, composta por inúmeros clássicos da canção italiana. E também mostrar o desfecho de uma cena e logo depois, num rápido flashback, explicar como tudo aconteceu. Ponto pra ele, que já tinha usado algo parecido em "Sherlock Holmes", com o ator Robert Downey Jr.

A química entre a então inimiga dupla de agentes funciona muito bem. Apesar das diferenças, quando em ação, acabam se complementando e até salvam a vida um do outro. Um é mais "esquentadinho", porém ágil, e o outro é mais sedutor e estratégico. Não posso deixar de citar também o bom trabalho da atriz Alicia Vikander, como a agente britânica Gaby Teller, um contraponto aos dois "brutamontes". O astro Hugh Grant também faz uma participação especial, como o chefe da nova agência do trio, a U.N.C.L.E. - sigla para "União de Nações para Comando da Lei e sua Execução".

Abaixo o trailer do filme:

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Contra o vento (um musiCAOS)

 
O espetáculo Contra o Vento (um musicaos) é um convite para embarcar em uma viagem no tempo e relembrar um dos momentos mais criativos das artes e do pensamento no passado recente de nosso país: o Movimento Tropicalista, ou a Tropicália.

Ao evocar esse período, a montagem revive os dias de efervescência cultural do Solar da Fossa, lendária pensão que ficava num casarão do final do século 18 em Botafogo, onde hoje está o shopping Rio Sul e que abrigou nomes fundamentais da arte e do pensamento que surgiam nos anos 1960 como Caetano Veloso, Gal Costa, Tim Maia, Paulo Leminski, Paulo Coelho, Aderbal Freire-Filho, Magro (MPB 4), Capinan, Zé Kéti, Paulinho da Viola, Guarabyra, Naná Vasconcelos, Maria Gladys, Claudio Marzo, Betty Faria, Ruy Castro, Nelson Ângelo, Sueli Costa, Cristovam Buarque entre outros.

A peça conta a história de um diário (fictício) que teria sido encontrado na demolição do Solar da Fossa. Este diário tem, presas à sua capa, somente as páginas do início, em 1967 e do final, em 1969, pois todo o conteúdo do meio está espalhado por entre páginas desordenadas, organizadas em três blocos. Ficamos sabendo disso através de atores do espetáculo, que no início de cada apresentação mostram ao público este diário, repleto de relatos escritos, desenhos, fotos, poemas concretos e mensagens cifradas.

O musical é um projeto do coletivo de artistas Complexo Duplo, com concepção e direção de Felipe Vidal e texto de Daniela Pereira de Carvalho.

ESPETÁCULO CONTRA O VENTO (um musicaos)

Temporada: de 10 de setembro a 04 de outubro
Horário: quinta, sexta, sábado e domingo, às 19h
Local: Teatro 1 
- Centro Cultural Banco do Brasil
Endereço: Praça da Liberdade, 450 – Funcionários
Ingressos: R$10(inteira) e R$5(meia)
Gênero: musical
Duração: 135 minutos
Classificação Etária: 16 anos
Informações: (31)3431-9400

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

24 horas de cultura e lazer em BH

A Virada Cultural de Belo Horizonte chega a sua terceira edição em 2015. Neste ano, o evento ocorre entre os dias 12 e 13 de setembro, das 19h do sábado às 19h de domingo. A programação é aberta ao público e abrange diversas manifestações artísticas, como música, teatro, dança, circo, literatura, artes visuais, intervenções urbanas, cultura popular, gastronomia, artes integradas, entre outras. 

Ao todo, são mais de 600 atrações gratuitas para todos os públicos. Entre elas, homenagem ao Fernando Brant, Orquestra Sinfônica Arte Viva e Ivan Lins, Sepultura, Molejo, Felipe Cordeiro, Cia. Base, Mundialito de Rolimã, Festival Internacional de Corais, TODA DESEO! com a Gaymada, GastroPark e muito mais. São 18 palcos, sendo oito oficiais, oito parceiros e dois associados. 

Acesse a programação completa em www.viradaculturabh.com.br