terça-feira, 8 de abril de 2014

As águas vão rolar

O filme "Noé", que estreou na última quinta-feira no Brasil, registrou público de mais de 1,3 milhão em seus primeiros três dias, acumulando R$ 20 milhões de bilheteria. Isto representa a maior abertura do ano até o momento. Mais que isto, trata-se da maior abertura da história da Paramount Pictures no Brasil e a maior abertura de um filme de história original (não franquia) no país.

Mas é pra tanto? Bem, eu vi o filme e gostei... poderia ser um pouco mais curto, é verdade. Mas o longa-metragem de Darren Aronofsky tem vários pontos positivos ao retratar a famosa história bíblica.

Noé (Russell Crowe) vive com a esposa Naameh (Jennifer Connelly) e os filhos Sem (Douglas Booth), Cam (Logan Lerman) e Jafé (Leo McHugh Carroll) em uma terra desolada, onde os homens perseguem e matam uns aos outros. Um dia, Noé recebe uma mensagem do Criador de que deve encontrar o avô Matusalém (Anthony Hopkins). Durante o percurso ele acaba salvando a vida da jovem Ila (Emma Watson), que tem um ferimento grave na barriga. Ao encontrar Matusalém, Noé descobre que ele tem a tarefa de construir uma imensa arca, que abrigará os animais durante um dilúvio que acabará com a vida na Terra.

Com a ajuda de imensos monstros de pedra, seres que passaram a habitar nosso planeta desde a época de Caim e Abel, ele vai construir a famosa embarcação, tarefa que consumirá vários anos. É muito legal ver os animais chegando aos milhares para embarcar na arca. Primeiro as aves, depois os répteis e por fim os mamíferos. Para mantê-los em harmonia lá dentro, a família de Noé usa uma espécie de fumaça que os faz dormir.


A tensão do filme fica mesmo por conta de uma horda de humanos que chega ao local da construção querendo embarcar na arca também. Seguindo os desígnios do Criador, Noé segue inabalável em seu propósito, sem deixar mais ninguém embarcar, mesmo que isso represente a morte de milhares de inocentes.

Eis que surge um dilema moral: mesmo com a aniquilação da raça humana após o dilúvio, Noé se dá conta de que os homens são maus por natureza, e essa maldade persistiria nele e sua família, os escolhidos para dar continuidade à espécie nesse recomeço proposto por Deus. Transtornado, ele passa então a querer matar seus próprios descendentes. Até que ponto ele seguirá seu propósito? Ou será que o seu livre-arbítrio falará mais alto? Isso você vai ter que assistir pra descobrir.

Apesar de bíblico, "Noé" tem umas pitadas de ciência. Preste atenção no momento em que o protagonista conta a história da criação... as imagens aceleradas da evolução do nosso planeta são um show à parte e bastante explicativas. Mesmo que você não acredite em Adão e Eva.

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