Assisti ontem Os Descendentes, longa-metragem com cinco indicações ao Oscar 2012: melhor filme, ator (George Clooney), diretor, edição e roteiro adaptado.
Filmado no Havaí e dirigido por Alexander Payne, o longa é um drama familiar. Matt King (George Clooney) é um marido indiferente e pai de duas meninas, que é forçado a reexaminar o passado e encarar o futuro depois que sua esposa sofre um acidente de barco e entra em coma irreversível.
Tendo que lidar com todos os cuidados que ela demanda no hospital e a difícil decisão de desligar os aparelhos que a mantém viva, ele descobre ainda que estava sendo traído e parte para investigar quem seria "o outro". Ao mesmo tempo, precisa vender um enorme terreno hawaiano herdado pela família.
Os Descendentes consegue ser um filme denso e leve ao mesmo tempo. Com pitadas de comédia e cara de independente, ele traça o perfil de uma pessoa em busca de respostas. Mérito do George Clooney, que consegue dar vida muito bem a um homem em conflito. Matt não sabe como criar as filhas (uma complicada garotinha de 10 anos e uma revoltada adolescente de 17), rejeita a alcunha de "corno manso", precisa lidar com os primos que querem lucrar com a venda do terreno - tudo isso de forma contida. É como se ele fosse desmoronar a cada novo problema, mas respira fundo e segue em frente, tentando arrumar as coisas. Pelo papel ele ganhou o Globo de Ouro de Melhor Ator.
O interessante é que enquanto ele enfrenta esses dramas todos, sua família vai se reaproximando. Eles entendem que têm que ser os alicerces uns dos outros nessa fase conturbada e é bacana acompanhar os rumos que as coisas tomam.
Dê um desconto para os clichês hawaianos: eles até tentam mostrar que lá não é só mar e sol, mas exageram nas camisas floridas e na música hula-hula que toca o filme todo e enjoa.
Os Descendentes pode até virar o azarão do Oscar 2012, como aconteceu com Pequena Miss Sunshine. E se isso acontecer não será nada mal.
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