quarta-feira, 19 de junho de 2013

De pai pra filho

É até compreensível que o astro Will Smith queira transmitir o seu legado para o filho, Jayden Smith, apostando nele nos filmes em que atua ou produz (À Procura da Felicidade, Karate Kid). Depois da Terra, em cartaz nos cinemas, é mais uma tentativa. O filme é até interessante, mas poderia contar com um pouco mais da presença de Will. Jayden é esforçado, mas carregar um filme de ação nas costas não é tarefa fácil. E ele não tem o carisma do pai.

O longa se passa em 3013. Os seres humanos já não vivem mais na Terra. Cataclismas e desastres ambientais nos obrigaram a sair daqui e ir para um planeta chamado Nova Prime. Lá, o general Cypher Raige (Will Smith) é uma espécie de "lenda" pelos bons serviços prestados ao governo, mas é um pai ausente. Sua relação com o filho Kitai (Jaden Smith), de 13 anos, não é boa. Quando a nave em que viajavam é atingida por uma tempestade de asteróides e cai na Terra, eles terão que enfrentar uma série de perigos para encontrar um sinalizador e ser resgatados. Ou melhor, eles não. Kitai, já que Cypher fica gravemente ferido e passa o filme inteiro sentado, orientando o garoto por um moderno sistema de áudio e vídeo.

Caberá ao adolescente se aventurar por uma floresta cheia de animais selvagens extremamente evoluídos: primatas, felinos, cobras voadoras, aranhas gigantes, sangue-sugas venenosas, águia gigante... e uma criatura alienígena que sente o "cheiro do medo" dos humanos e que era transportada na nave. Chamada de Ursa, ela foi responsável pela morte da irmã de Kitai. Discussões acerca deste fato geram os principais atritos entre pai e filho.

Depois da Terra custou 130 milhões de Dólares, a maioria gasta com os efeitos visuais. O cenário é deslumbrante! Penhascos, cachoeiras, vulcão em erupção... Mas é preciso mais que isso para a história engrenar e agradar. Esperava-se mais do diretor M. Night Shyamalan, que fez belos filmes como O Sexto Sentido, Corpo Fechado e A Vila. Para quem sempre apostava em finais surpreendes, Depois da Terra ficou devendo. É apenas um bom passatempo. Mas descartável, como tantos outros.

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