domingo, 12 de abril de 2015

Insurgente: quando o filme é melhor que o livro

Quando eu assisti o filme "Divergente" nos cinemas, em 2014, gostei tanto que resolvi comprar os livros da série. Li o primeiro livro da trilogia e fiquei com aquela sensação de que o filme foi até melhor. Geralmente isso é raro: os livros são bem melhores que os filmes, até mesmo por uma questão de tempo. As adaptações para o cinema costumam deixar muita coisa boa de fora.

Meu objetivo era ler "Insurgente" antes de ver o filme. E assim o fiz. Achei o livro mais fraco que o primeiro. Algumas partes são chatas e cansativas, pouca coisa acontece e tem muito mimimi da personagem Tris, que se sente culpada pela morte do amigo Will. Quando fui ao cinema, esperava que o filme não fosse lá grandes coisas.

E não é que eu estava errado? O filme é muito bom, infinitamente melhor que o livro. Inclusive, se eu fosse a autora, Veronica Roth, ia ficar possessa, pois eles mudaram a história, e muito! Mas o que se viu é que a trama ganhou ritmo e as alternativas encontradas foram ótimas para amarrar a história. É um filme de ação, então tem muitas cenas de perseguição, lutas, rebeliões e tiros.

Em "Insurgente", a introdução é rápida o suficiente para explicar que, num futuro pós-apocalíptico, a sociedade foi dividida em cinco facções, cada uma responsável por um setor: Abnegação, Audácia, Amizade, Franqueza e Erudição. Quem tem aptidões para se encaixar em mais de uma delas é considerado um divergente, uma ameaça ao sistema. Tris é uma delas. Mas se eu fosse você, nem tentava ver "Insurgente" sem ter visto antes "Divergente".  

Shailene Woodley, que havia cortado os cabelos curtos para viver a protagonista de "A Culpa é das Estrelas", está de volta. Veio bem a calhar, já que nos livros Tris também muda o visual. Ela consegue trazer pra si os holofotes de grande heroína do filme, deixando seu par romântico, o jovem Tobias Eaton, como mero coadjuvante. Ela luta, corre, atira, se doa para salvar os amigos e enfrenta com maestria as grandes simulações impostas por Jeanine (Kate Winslet), líder da Erudição e grande vilã da história. No filme ela precisa ser bem sucedida nos testes de realidade virtual para abrir uma espécie de artefato que explicaria o porquê do mundo estar daquele jeito - coisa que não existe no livro!

Quatro (Theo James), o namorado de Tris, como é chamado, até tem um embate psicológico maior em "Insurgente", uma vez que reencontra a mãe, líder dos sem-facção, vivida por Naomi Watts. A talentosa atriz aparece pouco e deve ganhar mais espaço no terceiro filme. E espere também por uma virada de atitude do irmão de Tris, Caleb (Ansel Elgort).

"Insurgente" tem ótimos efeitos visuais, que devem ficar muito mais realistas numa sala 3D (eu vi o filme 2D mesmo). Jogos Vorazes, que eu também acompanho, é melhor, mas ainda assim a trilogia de Veronica Roth não é de se jogar fora. 

O bom desempenho nas bilheterias deve se repetir nos dois próximos longas. Sim, "Convergente", o último livro da série, será adaptado para o cinema, divido em duas partes (novidade...), e estreiam em 2016 e 2017. Aliás, ele é o próximo livro que irei ler.  

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