A sensação que eu tive ao sair da sessão de Meu Passado Me Condena - O Filme foi de dúvida. Dúvida em saber até que ponto eu tinha assistido o Fábio Porchat como ator/humorista ou como pessoa mesmo, já que no longa-metragem ele e Miá Mello assumem seus próprios nomes. Fica aquela coisa dúbia no ar: por mais que exista um roteiro, eles se assumem daquele jeito ou não? Digo isso porque já os vi em entrevistas e programas de TV e eles me pareceram ser aquilo mesmo, cópias fiéis de seus personagens. Até que ponte a ficção imita a realidade? Mas essas questões não colocam em jogo a qualidade do filme.
Trata-se de uma comédia-romântica. Mesmo após apenas um mês de relacionamento, Fábio e Miá decidem se casar e vão passar a lua de mel em um cruzeiro rumo à Europa. Só que, durante a viagem, eles encontram suas antigas paixões, os bem-sucedidos Beto (Alejandro Claveaux) e Laura (Juliana Didone). É claro que isso vai abalar as estruturas do casal, que tem que lidar ainda com dois funcionários trambiqueiros do navio (Marcelo Valle e Inez Viana) e com o fato de conhecerem pouco um do outro.
Apesar de não arrancar gargalhadas o tempo todo, a comédia é divertida e as situações mais cômicas ganham força graças ao carisma dos protagonistas. Muitos casais vão se identificar com as situações vividas por eles, seja uma breve discussão ou até um arranca-rabo daqueles! Repare nas cenas em que Fábio reencontra um amigo de infância, vivido por Rafael Queiroga. É tudo tão sem-noção que você tem vontade de esganar o moço!
Inspirado num programa do Multishow (que vai ganhar uma nova temporada com o sucesso do filme), Meu Passado Me Condena cumpre bem a que veio: divertir, sem grandes preocupações ou apuros estéticos. Mais um ponto para o cinema nacional, que tem se desvencilhado cada vez mais da temática Nordeste-Favela Movie.
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