segunda-feira, 9 de março de 2015

A dor do esquecimento

 
Sempre achei incrível a versatilidade da atriz Julianne Moore. Sua intensa filmografia tem desde blockbusters ("Jogos Vorazes"), até filmes de terror (Carrie, a Estranha) e ação ("Sem Escalas"). E em todos eles ela esbanja talento.

Ano passado ela estrelou "Para Sempre Alice", longa-metragem que injustamente só chegou ao Brasil agora, depois do Oscar. Estava curioso para vê-la no papel pelo qual ela ganhou o principal prêmio do cinema mundial na categoria de Melhor Atriz.

O trailer já era bem tocante. Moore interpreta a Dra. Alice Howland, uma renomada professora de linguística. Aos poucos, ela começa a esquecer certas palavras e a se perder pelas ruas de Manhattan, cidade onde mora. Ao procurar um médico, ela é diagnosticada com um raro tipo de Alzheimer precoce.

Em pouco mais de uma hora e meia, vamos acompanhando como a doença pode ser devastadora, não apenas pra ela mas também para toda a família, incluindo o marido e os três filhos. O destaque fica para Kristen Stewart, que interpreta a filha mais nova de Alice. A que tinha mais problemas com a mãe será justamente a que mais irá se reaproximar dela. Kristen está muito bem no papel e merecia até uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, na minha opinião. Mas talvez a imagem dela ainda esteja muito atrelada à Bella, da saga Crepúsculo.

Drama tocante, "Para Sempre Alice" é um daqueles filmes que nos fazem sair do cinema bastante reflexivos. Diria até mesmo melancólicos. "E se fosse comigo?" - a gente pensa. "E se fosse com alguém da minha família?" Em determinado momento, Alice chega a dizer que preferia ter câncer do que Alzheimer. Realmente a doença degenerativa é muito triste e muitos ainda não sabem como lidar com ela. Um dos momentos mais tensos do filme é quando ela grava um vídeo para si mesmo ensinando como ela deveria se suicidar, caso estivesse num estágio avançado da doença.

Li outro dia que a atriz Julia Roberts recusou o papel de Alice. Ela deve estar se mordendo de arrependimento uma hora dessas. Bom para a Juliane Moore, que merece todo o nosso reconhecimento por mais esse surpreendente papel.



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