domingo, 1 de março de 2015

Vai um tapinha aí?

Não, eu não li os livros da trilogia "50 Tons de Cinza". Mas, movido pela curiosidade, resolvi assistir a adaptação para o cinema deste best-seller que tem dado o que falar e que mudou a maneira como muitas pessoas - mulheres, principalmente - passaram a falar de sexo.

Claro que existem outros filmes polêmicos e picantes que também marcaram época: "Último Tango em Paris" (1972), "Império dos Sentidos"(1976), "9 1/2 Semanas de Amor" (1986) e "De Olhos Bem Fechados" (1999), só pra citar alguns, mas é impressionante como "50 Tons de Cinza" tem atingido o público de uma maneira arrebatadora - já são mais de 3 milhões de espectadores no Brasil, número que não para de subir. E em 10 dias apenas ele já arrecadou mais de US$ 400 milhões mundo afora.

O frissom causado na mulherada é algo bom e ruim ao mesmo tempo. Bom porque parece que ele rompeu uma barreira que muitas delas poderiam ter em relação ao sexo. Seja no trabalho, na academia ou no buteco mais próximo, lá estão elas comentando sobre o longa-metragem, trocando experiências, revelando segredos e mais dispostas a encarar o sexo de maneira natural.

Ruim porque muitas vão acabar comparando os seus parceiros com o tal do Christian Grey, um jovem bilionário e bonitão adepto do sadomasoquismo. Se solteiras, podem idealizar ainda mais a procura pelo homem perfeito - o que não existe. E aí, meu caro, pobre de nós... mas fiquem tranquilos: a maioria das mulheres é madura o suficiente e sabe separar a ficção da realidade. Pelo menos eu acho.



A história gira em torno de Anastasia Steele (Dakota Johnson), uma estudante de literatura de 21 anos, recatada e virgem. Uma dia ela entrevista para o jornal da faculdade o poderoso magnata Christian Grey (Jamie Dornan). Nasce daí uma complexa relação amorosa e sexual, em que ela terá contato com a prática do sadomasoquismo.

O filme não é ruim, mas também não é nenhum primor. Durante duas horas acompanhamos os dilemas da jovem, que se vê entre a cruz e a espada. Apaixonada por Grey, ela precisa assinar um contrato em que aceita ser o objeto das práticas do sádico rapaz. As cenas são fortes? Nem tanto. Há cenas de nudez, claro, mas o sexo é daquele tipo encenado. Não espere um filme pornô. Quem leu o livro reclamou até que o longa pegou leve demais, que ela apanha bem mais do que foi mostrado na tela grande. Alguns diálogos são até bem toscos e provocam risadas do público.

A bela Dakota Johnson (filha da veterana atriz Melanie Griffith) faz bem o papel da jovem ingênua, sempre mordendo os lábios. Apesar de Grey ser o dominador, achei que muitas vezes ela é que o tem na mão. Não achei Jamie Dornan um canastrão, como dizem. O personagem dele é mais sério mesmo, com segredos a guardar, o que justifica uma interpretação mais comedida e aquela cara meio blasé o tempo todo. Ele é boa pinta. Fato. E se veste muito bem, com ternos impecáveis (queria um daqueles pra mim, rs).

A trilha sonora é outro caso à parte. Fantástica! Além de "Crazy in Love", da Beyoncé, repaginada, tem ainda Sia, Rolling Stones, Ellie Goulding e Annie Lennox. Não deixe de ouvir.





"50 Tons Mais Escuros" e "50 Tons de Liberdade", a 2ª e 3ª partes da trilogia, estão garantidas e devem estrear em 2017 e 2018, respectivamente. E ao que tudo indica com o mesmo elenco.

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